O pianista e compositor João Donato e o cantor e intérprete Emílio Santiago se apresentam juntos nesta terça-feira (15), às 21h, no palco principal da Feira do Livro. Parceiros antigos, a dupla apresenta grandes sucessos, como Bananeira, de Donato, gravada pela primeira vez por Emílio nos anos 1970.
Donato
João Donato de Oliveira Neto nasceu dia 17 de agosto de 1934, em Rio Branco, mas logo cedo mudou-se para o Rio de Janeiro. Ainda na adolescência demonstrou ter mais intimidade com a música que com os estudos regulares, que abandonou em 1949, quando fez sua primeira gravação profissional, tocando acordeom no disco de estréia do flautista Altamiro Carrilho.
Nos anos 1950, frequentou o Sinatra-Farney Fan Clube, na Barra da Tijuca. Tocava acordeom, tímido. O clube durou apenas 17 meses, mas é considerado por muitos estudiosos como uma escola para toda a geração que mais tarde criaria a Bossa Nova. Donato foi amigo de todos os expoentes do movimento bossanovista, como João Gilberto, Tom Jobim, Vinícius de Moraes e Johnny Alf, entre outros.
Aos 75 anos, 60 deles dedicados à genuína música moderna, já subiu em palcos de todo o mundo. Donato mostra sua versatilidade ao ter no currículo apresentações com a Orquestra Sinfônica da Rússia, Fernanda Takai, Carlos Lyra, Nelson Motta, Bud Shank, Bebel Gilberto, Roberto Menescal, Marcelo D2, Paula Lima, Till Brönner, Roberta Sá, Emílio Santiago, Joyce, entre muitos outros.
João Donato reverbera bossa nova, samba, baião, bolero, jazz, música de concerto, canção popular, temas instrumentais, sons eletrônicos, até mesmo o fund, o hip hop e o rock. A obra de Donato atravessa mais de meio século e deságua nele mesmo.
Emílio
Emílio Vitalino Santiago nasceu no Rio de Janeiro, dia 6 de dezembro de 1946. Despertou para a música no período de faculdade, década de 1970, quando chegou a cursar Direito. Na época, começou a cantar em festivais universitários e foi finalista do programa de calouros de Flávio Cavalcanti, na extinta TV Tupi.
O cantor, de voz grave e potente, trabalhou como crooner da orquestra de Ed Lincoln, além de muitas apresentações em boates e casas de espetáculos noturnas. Em 1973 lançou o primeiro compacto, com as canções Transa de amor e Saravá Nega, o que resultou em mais participações em rádios e programas de TV.
O primeiro LP, Emílio Santiago (CID), foi lançado em 1975, com canções esquecidas de compositores consagrados como Ivan Lins, João Donato, Jorge Benjor, Nelson Cavaquinho, Guilherme de Brito, Marcos e Paulo Sérgio Valle, entre outros. Em 1976, assinou com a Philips/Polygram, onde gravou 10 discos até 1984. Em 1985, Foi escolhido como melhor intérprete no Festival dos Festivais, da TV Globo, com a canção Elis Elis.
O sucesso veio em 1988, quando lançou o LP Aquarela Brasileira pela Somlivre, um projeto especial de sete volumes, dedicado exclusivamente ao repertório de música brasileira. Todos ultrapassaram a marca de quatro mil cópias vendidas. Assinou com a Sony Music em 2000 e gravou Bossa Nova, com clássicos do gênero que também rendeu um DVD. Em 2003, gravou um tributo ao compositor acreano João Donato.
O mais recente álbum foi O melhor das aquarelas ao vivo, onde reviu o repertório de música brasileira que gravou a partir do álbum Aquarela Brasileira (1988), e que entre os méritos conta ser o primeiro disco ao vivo de Emílio e o segundo DVD da carreira, após Bossa Nova.
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