Fotos: Ale Carolo
Lotado, no melhor sentido da palavra, o Espaço A Coisa, na rua Amador Bueno 1.300, mostrou que a esperança está de volta. A boa música revive. A casa passa a ser uma das melhores opções de Ribeirão Preto para quem procura música instrumental. Por lá, nos últimos meses, brilharam Carlinhos Machado, Vanderlei Henrique, Rubinho Antunes, Rodrigo Skowa e outros.
O projeto Jazz na Coisa foi concebido em março deste ano. O Pó de Café, formado pelos músicos Bruno Barbosa (contrabaixo), Marcelo Toledo (sax), Leandro Cunha (piano) e Duda Lazarini (bateria), é a base do projeto realizado a cada 15 dias, sempre às sextas. O espaço, democrático, talvez seja o subterrâneo com a melhor vista de Ribeirão.
Surf Board, instrumental de Tom Jobim, abriu com chave de ouro a série de músicas apresentadas pelo quinteto alí formado. Paulinho Briga assumiu as baquetas de Duda Lazarini, que foi para a percussão. Leandrino Cunha, excelente músico prata da casa, cedeu o banquinho de seu piano a Mário Feres. O grupo também tocou Ave Rara (Edu Lobo), É Preciso Perdoar (João Gilberto), Bye Bye Brasil (Chico Buarque), Consolação (Baden Powell), April Child (Moacir Santos), entre outras.
Entre sambas e bossas com pinçadas jazzísticas, o público teve a oportunidade de ouvir composições de Mário Feres, como Bamblues e Deu Briga no Samba, esta última feita em homenagem a Paulinho Briga, parceiro musical do pianista, especialmente nos projetos ligados à cantora Vania Lucas.
O Espaço
O espaço cultural A Coisa é considerado um reduto ativo da cultura independente de Ribeirão. Já abrigou espetáculos de teatro, saraus de poesia, apresentações de dança, projeções de filmes, exposições de artes plásticas, inúmeras oficinas e muita música, da MPB até a discotecagem de DJs. Em diversas ocasiões, tudo isso ao mesmo tempo.
Feres
Mário Feres, que divide residência entre o Rio de Janeiro e Ribeirão Preto, é natural de Marília, SP, e foi conquistando espaço e respeito no meio musical nacional e internacional com diversos trabalhos.
Foi pianista do Quarteto Jobim Morelenbaum e já compôs trilhas para documentários de TV e para espetáculos teatrais e de dança. Recentemente, excursionou pela Europa acompanhando Jaques Morelenbaum.
Briga
Paulinho “Briga” Vieira, mineiro de Araxá, tem no currículo as gravações como baterista de pelo menos três importantes discos da música popular brasileira: Alumbramento (1980), de Djavan, Novo Tempo (1980), de Ivan Lins e Comissão de Frente (1982), de João Bosco.
Isso somado a gravações com Emílio Santiago, Zizi Possi, entre outros, além de ter acompanhado grandes nomes como Cauby Peixoto, Sivuca, Elza Soares e Zé Rodrix. Quem gosta de MPB, certamente já ouviu a distinta pegada de Paulinho em alguma das gravações destes artistas.
O som
A música ao vivo do Jazz na Coisa começa às 22h30, mas o projeto começa a partir das 21h com a participação do Dj Rodrigo Kcond, que sempre prepara um set especial de música, coerente com a atração musical da noite. O rico repertório que Kcond garimpa em sebos é um diferencial que apimenta a discotecagem da casa.
Em cartaz
O designer Pedro Bó é a atração gráfica do projeto. É dele a criação dos cartazes produzidos especialmente para o projeto Jazz na Coisa. Intitulada Quarteto Graphic Jazz, a série de cartazes está em exposição no espaço.
O artista utilizou como referência os instrumentos sax, baixo, bateria e piano para criar as obras, que estão à venda em versões especiais. Podem ser comprados separadamente ou em conjunto. As cópias são numeradas e assinadas pelo designer.
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