quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Niza de Castro Tank canta Ópera de Carlos Gomes, dias 23 e 24, no Teatro Minaz, às 21h

A premiada cantora lírica Niza de Castro Tank participa do projeto Ópera de Carlos Gomes, nos dias 23 e 24 de setembro, a partir das 21h no Teatro Minaz, em Ribeirão Preto, SP. A soprano participou da primeira gravação mundial completa da ópera “II Guarany”. Em 1986 gravou dois álbuns com canções de Antônio Carlos Gomes.

Niza já recebeu os mais importantes prêmios na área da música erudita. Doutora em Artes pela Unicamp, tem participado como professora convidada de vários festivais de música em cursos especializados em técnica vocal e canto lírico. A soprano nasceu de Limeira, SP, em 1931, e iniciou seus estudos de canto em Campinas.

De 1957 até hoje já participou de inúmeras óperas no Brasil e no exterior, como Rigoletto, Il Barbiere di Siviglia, Lucia di Lamermoor, La Bohème, II Guarany, Lo Schiavo, La Traviatta, Il Matrimonio Secreto, Lakmé, Don Pasquale, L´Elisir d´Amore, La Sonambula, A Flauta Mágica e A Noite do Castelo.


Em turnês internacionais, Niza já se apresentou em Montevidéu, Moscou, Berlim, Nápoles, Palermo, Tel Aviv, Jerusalém, Madri e Caracas. Por cinco anos consecutivos recebeu o Troféu Roquete Pinto. Ganhou também os troféus Melhores do Ano, Fumagalli, Cacique, Bandeirantes, Carlos Gomes, Ordem dos Músicos do Brasil, Guarany, entre outros.

A cantora é formada em Pedagogia, pelo Instituto de Ciências Sociais de Americana, SP. Também é titular e diretora cultural da Academia Campineira de Letras e Artes, membro titular do Clube dos Escritores de Piracicaba e presidente da Academia Campineira de Música.

Como escritora, dentre suas obras, destaca-se “Minhas pobres canções: Antônio Carlos Gomes”, que analisa a obra do compositor campineiro. Os ingressos para as apresentações dos dias 23 e 24 custam R$ 10, R$ 5 e R$ 2,50. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (16) 3977-4477. O Teatro Minaz fica na rua Carlos Chagas, 273 - Jd. Paulista, em Ribeirão Preto, SP.

O Maestro

Antonio Carlos Gomes nasceu em Campinas, na época apenas a Vila São Carlos, dia 11 de julho de 1836. Seu pai, Manoel José Gomes, professor de piano, canto, órgão e violino na vila, tinha o apelido de Maneco Músico. Carlos Gomes, o Tonico de Campinas, revelou sua vocação musical desde cedo. Entrou para a banda regida pelo pai, onde também tocava o irmão José Pedro de Sant’Anna Gomes.

Aos 11 anos começou os estudos regulares de música, logo após terminar o curso básico. Começou pela clarineta e logo mudou para o piano e o violino. Ao piano, em 1848 deu recitais nos quais incluiu suas primeiras criações musicais. Três anos mais tarde, em conjunto com o irmão, apresentou outras obras, ainda pensadas para alimentar o lazer de salão da época (modinhas, valsas, mazurcas).

Incentivado por amigos estudantes que fez na capital paulista, Carlos Gomes fugiu para o Rio de Janeiro sem a permissão do pai, a quem tanto admirava. Aflito e com forte remorso escreve-lhe uma carta. Recebeu uma resposta severa, mas o pai concedeu o perdão e ainda por cima passou a enviar uma mesada de 30 mil réis.

No Rio, o músico conhece a Condessa do Barral, admiradora de suas canções. Ela o apresentou ao Imperador D. Pedro II, de quem recebeu apoio para estudar no conservatório de Francisco Manuel. Naquele ano, compôs uma cantata para o encerramento do curso. No ano seguinte, encenou sua primeira ópera, A Noite do Castelo, com grande sucesso. Dois anos mais tarde, apresentou a ópera Joana de Flandres.

Entusiasmado com o jovem maestro. D. Pedro II o mandou para a Europa. No Conservatório de Milão, aluno de Lauro Rossi, Carlos Gomes diplomou-se Maestro Compositor aos 30 anos de idade. O músico consagrou-se na Itália com a ópera Il Guarany, estreada no maior teatro lírico do mundo, o Alla Scala. Na ocasião, escutou palavras de admiração do renomado compositor italiano Giuseppe Verdi.

Após o sucesso, casou-se com a pianista italiana Adelina de Conte Peri, com quem teve cinco filhos. Il Guarany lhe rendeu pouco. As 3 mil liras pagas pela Casa Editora Lucca, para ser dona de todos os seus direitos autorais, não foram suficientes para atender às suas necessidades.

No entanto, a carreira de Carlos Gomes ganhou novo impulso com as composições Fosca (1873), Salvador Rosa (1874) e Maria Tudor (1879). Com problemas de saúde, voltou ao Brasil para a estreia de O Escravo (1889). Pouco tempo depois, o Teatro Alla Scala encomendou ao maestro uma nova ópera. O Condor, porém, não foi compreendida pelo público e pela crítica.

Em 1892, compos Colombo, poema sinfônico retratando o descobrimento da América. Já bastante doente , Carlos Gomes foi convidado pelo governo do Pará para assumir a direção do Conservatório de Belém. Chegou a trabalhar durante um ano, mas faleceu em 16 de setembro de 1896, aos 60 anos.

Desde sua chegada ao Rio de Janeiro até o final de sua atribulada carreira que, em vida, lhe permitiu conhecer a glória mas não lhe poupou de graves decepções, Carlos Gomes foi uma personalidade artística de destaque, dentro e fora do Brasil. Fez de sua música a razão maior de sua vida e por ela, tudo sacrificou e tudo ousou. (com informações do blog Maestro Carlos Gomes)

Monumento de Carlos Gomes, em Campinas. Obra do escultor Rodolfo Bernadelli

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