quarta-feira, 22 de maio de 2013

Cauby Peixoto faz dois shows em Ribeirão Preto com repertório de clássicos


O intérprete fala sobre o ídolo Nat King Cole, Chico Buarque
e explica ainda por que gosta de Luan Santana

Régis Martins - Jornal A Cidade

“O cantor deve fazer o máximo para que o público
não tenha preconceito com qualquer ritmo” - Cauby 
Peixoto, cantor (Foto: Matheus Urenha / A Cidade)

Ele gravou o primeiro rock em português, foi chamado de “Elvis Presley brasileiro” nos EUA, cantou ao lado do ídolo Nat King Cole, vendeu milhares de discos e, no alto de seus 82 anos, é fã de Luan Santana.

“Gosto dele porque ele agrada muito as fãs”, responde Cauby Peixoto, que se apresenta nesta quarta-feira (22) e quinta-feira (23), na Casa do Dedé, em Ribeirão Preto.

Estrela do rádio nos anos 1950, Cauby, pelo menos no quesito popularidade, era uma espécie de Luan Santana de sua época. Porém, com um vozeirão invejável e um repertório que passava longe do sertanejo pop.

Cauby se considera um legítimo cantor romântico, de uma escola que talvez só Roberto Carlos faça parte. Em entrevista, informou que o repertório desta quarta e quinta vai ser bem variado.

“Canto músicas antigas e músicas modernas. O tempo do show vai depender do público. Eu canto de acordo com os aplausos e o prazer que o público tem de me ver. Eu sinto quando tem que parar”, explica.

Vestido com um terno que imita a pele de uma cobra, o cantor fala pausadamente, sempre com o sorriso aberto. Gosta de lembrar do passado, principalmente do dia em que conheceu Nat King Cole em terras estrangeiras. “Eu tinha gravado ‘Blue Gardenia’ e, quando fui para a América, ele estava se apresentando na boate Copacabana, onde fui conhecê-lo. Lá, ele me convidou para cantar. Eu cantei com Nat King Cole”, recorda.

Elvis

Cauby viveu por dois anos nos EUA, onde gravou, com nome artístico de Ron Coby, um LP com a orquestra de Paul Weston, cantando em inglês. Foi lá que ficou conhecido como o “Elvis Presley brasileiro”.

Até hoje acha graça do apelido, que parece ter algum fundamento. Ele foi o primeiro cantor brasileiro a gravar um rock. No caso, “Rock’n’roll em Copacabana”, escrito por Miguel Gustavo, autor da marchinha “Pra Frente, Brasil”. “Eu gostava de rock porque era jovem e gostava de dançar, mas gravei porque era moda. Depois, continuei a cantar músicas românticas”, informa.

Mais do que romântico, Cauby é um intérprete versátil. Gravou de tudo em mais de 60 anos de carreira. Inclusive a bossa-nova, criticada pela geração que brilhou na época de ouro da rádio brasileira. “Achei ótima a bossa-nova. Eram músicas modernas e eu gostava desse estilo. Já cantei alguma coisa”, ressalta.

E como. Nos discos lançados na virada dos anos 1950/1960, tem versões de canções de Tom Jobim e Vinícius de Moraes, como “A felicidade”, “Foi a noite”, de Newton Mendonça e Jobim, e “Samba do Avião”, de Tom.

“O cantor deve fazer o máximo para que o público não tenha preconceito com qualquer ritmo. Quando ele é moderno e conhece bem do assunto, ele consegue isso”, explica.

O artista também enfrentou o ostracismo, principalmente nos anos 1970. Porém, logo no início da década seguinte, lançou um de seus discos de maior sucesso: “Cauby! Cauby”, com músicas de Caetano Veloso, Joanna e Chico Buarque escritas especialmente para ele. “Bastidores”, de Chico, tornou-se uma espécie de hino tão conhecido quanto “Conceição”.

“O Chico disse pra mim: ‘Cauby, eu tenho uma música pra você e só você pode gravar’. E cantei, porque Chico Buarque a gente tem que cantar, né”, diz.

Serviço

Cauby Peixoto

Quarta e quinta-feira, às 20h30, na Casa do Dedé (rua Maestro Villa Lobos, 314). Ingressos a partir de R$ 400 (mesa para 4) e R$ 100 (individual)
Inf: (16) 3621-9430

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