sexta-feira, 8 de abril de 2011

Mário Feres deixa legado musical

Ele compôs trilhas para documentários
de TV, espetáculos teatrais e dança

Diário de Marília / Caderno B

Compositor, pianista, arranjador, produtor e violonista autodidata, o mariliense Mário Feres, 43, faleceu dia 1º de abril, em Ribeirão Preto, vítima de câncer no fígado. Casado com a cantora Vânia Lucas, com quem tinha dois filhos, Tomas, 14 e Luiza, 24, trabalhou com grandes nomes da MPB, como Paulo Jobim e Jaques Morelenbaum, com este último fez sua última turnê na Europa em 2009.


Mário Feres herdou do pai Feis Feres e dos irmãos o gosto pela música. Ingressou na arte musical aos 12 anos de idade e em 1979 já atuava como profissional. Formado em Odontologia, foi para Ribeirão Preto em 1993, onde se encontrou de vez com a música, sua grande paixão, além dos filhos.

A cantora e esposa Vânia Lucas falou da fase atual de Mário Feres, “ele estava se firmando muito como compositor” e lançaria um CD com composições próprias neste ano. Também deixou trilhas para ballet e Vânia pretende continuar seus projetos, com apoio dos amigos.

Deixou ainda trabalho iniciado como arranjador, tinha muitas encomendas para este ano, tanto que no dia 5 de maio, já estava agendado e vai acontecer apresentação no Teatro Pedro II, em Ribeirão com a participação de Paulo Jobim, Vânia e Sinfônica de Ribeirão. Ele será homenageado com dois arranjos.

Ele sempre manteve o Duo Mário Feres e Vânia Lucas e participações com quartetos e quintetos. Foi arranjador e pianista do Coral Voz Ativa, da Associação do Fórum de Ribeirão. Excursionou pela Europa e em 2010 atuou mais diretamente no Rio de Janeiro, entre os trabalhos musicais como “Romance Barato”, dirigido por Denise Bandeira.

O CD mais recente é “Trinca de Reis”, lançado pela Tratore com os sambistas Edu Velocci, Heraldo Faria e Flavinho Machado. De Vânia Lucas a última produção foi o CD “Minha Vontade”.

“O Mário deixa os filhos, o amor, a carreira. A música foi a coisa a que ele mais se dedicou nesta vida. Os amigos que ele cultivava estão ajudando muito, trazem as imagens de todas estas vivências. Ele foi meu amigo, companheiro, amante, temos muitas coisas vivas, por muito tempo. Foi meu piadista preferido”, comentou Vânia Lucas.

Homenagens surpreenderam família

O corpo de Mário Feres foi velado (dia 1º de abril) na Escola Waldorf, em Ribeirão Preto, na mesma sala em que ele dava aula. A irmã Ana Feres conta que cada aluno que chegava executava uma canção, seja ao piano, violão, ou qualquer manifestação artística para reverenciar o “professor”.

Mário Feres descobriu o câncer no fígado dia 22 de dezembro de 2010 e aí começou sua luta pela vida. Dia 30 deste mês de abril completaria 44 anos. Em novembro do ano passado esteve em Marília com Vânia Lucas apresentando o espetáculo “O Tom da Paixão”, um tributo a Tom Jobim.

A irmã fala de uma pessoa talentosa, “feliz, alegre, de bem com a vida, muito naturalista e zen”. O músico deixou além da esposa, filhos e do pai Feis Feres, irmãos, oito sobrinhos e uma sobrinha neta.

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