O Quarteto Brasileiros de Violões é uma das atrações da Temporada de Música de Câmara, nesta terça-feira (28), a partir das 20h30, no Theatro Pedro II, em Ribeirão Preto, SP. O grupo é formado pelos violonistas Everton Gloeden, Luiz Mantovani, Tadeu do Amaral e Gustavo Costa, este último ribeirãopretano e chefe do Departamento de Música da FFCLRP-USP.
Foto: Suzane Medeiros Vianna
Vencedor do Grammy Latino de 2011 na categoria “melhor álbum de música clássica”, o Quarteto Brasileiro de Violões consolidou-se como um dos principais conjuntos violonísticos no cenário internacional.
Aclamado pelo jornal Washington Post por seu “gusto virtuosístico” e “beleza sedutora”, o grupo se diferencia pela presença dos violões de oito cordas de tessitura estendida que, aliados aos instrumentos tradicionais de seis cordas, permite a exploração de um repertório inédito e inusitado dentro do universo violonístico.
Em seus mais de dez anos de existência, o Quarteto já realizou mais de 250 concertos nas Américas, Europa, Ásia e Oceania, frequentemente conquistando reações arrebatadoras das platéias, críticas entusiasmadas da imprensa e teatros lotados.
Em 2004, o Quarteto Brasileiro de Violões foi um dos convidados principais do Congresso Internacional de Violão de Baltimore, que reuniu alguns dos maiores nomes do violão mundial. Naquela ocasião, solou com a Baltimore Symphony o Concerto para Quatro Violões e Orquestra do compositor brasileiro Ronaldo Miranda, especialmente encomendado para este evento.
Em 2009, o Quarteto tocou a Suite Iberia de Isaac Albéniz em uma turnê por diversas capitais brasileiras patrocinada pelo Instituto Cervantes, numa homenagem ao centenário de morte daquele compositor.
A discografia do Quarteto Brasileiro de Violões inclui cinco CDs pelo selo norte-americano Delos. Três deles são dedicados à música brasileira: Essência do Brasil (1999), Encantamento (2001) e o mais recente, contemplado com o Grammy Latino, Brazilian Guitar Quartet plays Villa-Lobos (2011).
Os outros dois CDs contemplam arranjos inéditos de duas grandes obras do repertório universal, as Quatro Suites Orquestrais de Bach (2000), e a Suite Iberia, de Isaac Albéniz (2006).
Confira o programa
Manuel de Falla (1876-1946)
Cuatro piezas españolas (1908)
I. Aragonesa
II. Cubana
III. Montañesa
IV. Andaluza
Joaquín Rodrigo (1901-1999)
Cuatro piezas (1938)
I. Caleseras
II. Fandango del ventorrillo
III. Plegaria de la Infanta de Castilla
IV. Danza Valenciana
Sonada de adiós (Homenaje a Paul Dukas) (1935)
Manuel de Falla (1876-1946)
Danza Española Nr. 2 (de La vida breve)
Intervalo
Enrique Granados (1867-1916)
El Pelele
Isaac Albéniz (1860-1909)
Azulejos
Joaquín Turina (1882-1949)
Zapateado, (Danzas Andaluzas, Op. 8, Nr.3)
Enrique Granados (1867-1916)
El Fandango de Candil
O evento é uma realização da Fundação D. Pedro II, Grupo Pró-Música e USP (Departamento de Música da FFCLRP-USP e Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária). Os ingressos custam R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia). A entrada é gratuita para estudantes.
Os músicos
Gustavo Costa
Bacharel em música pelo Instituto de Artes da Unesp em 1997, Gustavo Costa teve ainda em São Paulo aulas com Paul Galbraith. Seguiu seus estudos de violão nas classes de Franz Halász na Alemanha e de Pablo Márquez na França. De volta ao Brasil em 2004, se aprofundou no processo de transcrição de obras para violino de Béla bartók e J. S. Bach, obtendo o Doutorado em Artes pela Universidade de São Paulo em 2012.
Foi premiado em concursos de interpretação no Brasil, na França e obteve o segundo prêmio em dois dos mais prestigiados concursos internacionais da Espanha, o XXIV Certamen Internacional de Guitarra Andrés Segovia (2008, 2009 2010) e o XXXVII Certamen Internacional de Guitarra Francisco Tárrega (2003), onde recebeu também o prêmio votado pelo público.
Como solista, atuou frente à Orquestra Filarmônica de Estrasburgo (França), à Orquestra Ciudad de Torrent (Espanha), à Orquestra Sinfônica de Molise (Itália), Orquestra do Estado de São Paulo (OSESP), Orquestra Sinfônica da USP, à Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto, à Orquestra Sinfônica de Limeira, à Orquestra Sinfônica de Barra Mansa e à Orquestra Petrobrás Sinfônica.
Em seu début da Alemanha, o jornal Augsburger Allgemeine destacou que o “Sr. Costa demonstra o quão belo um violão pode soar. Sua performance combina virtuosismo e magia sonora”. Gustavo Costa atua como docente desde 2007 no Departamento de Música da FFCLRP da Universidade de São Paulo, sendo o responsável pelas disciplinas de violão e viola caipira.
Everton Gloeden
O músico nasceu em São Paulo, onde estudou com Roberto dalla Vechia, Sidney Zaghetto, Henrique Pinto, Alvaro Pierri, Abel Carlevaro, Guido Santorsola, Sergio Cominatto, Michel Philippot e Isabel Sampaio. Ao longo de uma carreira de 30 anos, tem se apresentado como solista e camerista ao lado de alguns dos mais importantes músicos brasileiros e estrangeiros.
Apresentou-se no Salão das Américas, em Washington, DC e realizou a primeira audição brasileira da obra completa de Bach para alaúde, bem como recitais na Inglaterra, Alemanha (incluindo a Ópera de Frankfurt) e um recital de abertura no Festival Internacional de Guitarra de Caracas, na Venezuela, um dos mais conceituados do gênero no mundo.
Escreveu e apresentou a série “6 Cordas – Panorama do Violão no Século XX” para a Rádio Cultura FM de São Paulo, uma das mais importantes estações de rádio de música clássica da América Latina.
Seus álbuns incluem um disco de música latino-americana para violão para a OEA, uma gravação da obra completa de Bach para alaúde e um CD que inclui as Variações sobre Folia de Espanha de Ponce, a Sonata de Antonio José e as “Due Canzone Lidie” de Nuccio D’Angelo, para o selo brasileiro EGTA.
Tadeu do Amaral
Nascido em São Paulo, iniciou seus estudos de violão com Vital Medeiros. Posteriormente estudou com Isaías Sávio e Léo Soares. Além das aulas de harmonia e contraponto com Theodoro Nogueira e história da música com Marília Pini, teve a oportunidade de participar de cursos com os compositores Cláudio Santoro e Alberto Ginastera.
Paralelo à sua carreira solo, que inclui recitais em todo Brasil e a produção de dois CDs – “Música Espanhola” e “Manuel Ponce” – Tadeu do Amaral atua na área de produção, direção e edição de projetos de gravação, com destaque para a “Série Grandes Violonistas” pelo selo EGTA, “História da Música Brasileira” e “América Portuguesa”.
Após transferir residência para Blumenau/Santa Catarina em 1989, promoveu várias atividades ligadas ao violão, todas direcionadas para a divulgação do instrumento e sobretudo para a formação do instrumentista. Nesse período trabalhou também junto à FURB – Fundação Universidade Regional de Blumenau, e apresentou vários projetos de repertório; entre eles, as obras completas de Bach para alaúde e do compositor polonês Alexandre Tansman.
Como professor, sempre incentivou a prática de música de câmara entre seus alunos, iniciando desde então uma atividade que permanece até os dias de hoje: a de arranjador. Atualmente, além de integrante/fundador, é o principal arranjador do Quarteto Brasileiro de Violões.
Luiz Mantovani
Vencedor do prestigiado Pro Musicis International Award em 2001, o violonista brasileiro Luiz Mantovani tem se apresentado regularmente como solista e camerista em algumas das mais importantes salas de concerto nacionais e internacionais.
Suas diversas premiações incluem a primeira colocação no Concurso para Solistas da Boston Modern Orchestra (EUA, 2001), a segunda colocação na Schadt String Competition (Pennsylvania, EUA, 1999) e a segunda colocação no Concurso Talentos Rádio MEC (Rio de Janeiro, 1997).
Sua execução das Cinco Bagatelas de William Walton na Weill Recital Hall/Carnegie Hall em Nova York foi descrita pelo The New York Times como “poderosa, belamente delineada e praticamente impecável”. Como solista de orquestra, apresentou-se frente à Orquestra Sinfônica da Nova Rússia, Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo, Israel Sinfonietta, Orquestra Petrobrás Sinfônica e Camerata Florianópolis, entre outras.
Desenvolvendo uma intensa atividade como camerista, desde 2004 Mantovani é membro do Quarteto Brasileiro de Violões, um dos mais respeitados conjuntos violonísticos da atualidade, com quem excursiona regularmente por quatro continentes e com quem gravou dois CDs pelo selo norte-americano Delos.
Luiz Mantovani possui um Artist Diploma pelo New England Conservatory of Music, em Boston. Ele foi o primeiro violonista admitido neste que é o mais prestigiado curso oferecido por esta instituição. Como bolsista do programa Apartes/CAPES, Mantovani obteve em 2000 o grau de Mestre em Música com distinção máxima, também pelo New England Conservatory.
No Brasil, formou-se Bacharel em Música em 1997 pela Universidade do Rio de Janeiro – UNI-RIO. Seus principais professores de violão foram David Leisner, Nicolas Barros e Antônio Guedes. Paralelamente à carreira de instrumentista, Luiz Mantovani é professor de violão e música de câmara da Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC em Florianópolis, onde reside desde 2003.
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