Um pandeiro na mão, um repertório mais do que variado e talento suficiente para acompanhar um violão e encantar. Essa é Larissa Nalini, musicista que tem se destacado no cenário musical paulista. Percussionista de alma, também vai ao trompete, empunha um violão e canta, sem preconceito musical.
Larissa forma com o músico francano Eduardo Marson o duo DuOlá, proposta que surgiu em um encontro de amigos no litoral de São Paulo. Deu a química e pronto. Nascia alí a semente que agora germina nos palcos paulistas. Larissa também integra a banda 3Marias e o grupo Z4 Percussão Ambulante.
Em entrevista ao RPMusical, a artista fala sobre as nuances de um duo pandeiro e violão, diversidade de repertório, projetos de carreira, desafios da música instrumental, expectativas para o show desta quarta-feira (29), no Sesc Ribeirão, com participação do violonista e guitarrista Diego Figueiredo, entre outros assuntos.
RPMusical - O DuOlá interpreta Beatles, Tom Jobim, Jacob do Bandolim, Guinga, as quebradeiras de Eduardo Machado e muitos outros. De onde vem essa diversidade?
Larissa Nalini - Eita! Essa diversidade somos nós! Ouvimos de tudo, desde funk, soul, jazz, blues, até choro, samba, baião, frevo, maracatu, jongo, salsa, flamenco, etc. Aí que tá, tem que haver essa abertura, sem preconceito. Estar aberto para todo tipo de som, com certeza a música é um canal essencial para se conhecer outras culturas e outros povos. Estudando flamenco, por exemplo, conheci demais sobre a cultura dos povos ciganos e por aí vai.
Como surgiu a ideia de formar este duo?
Eu e o Eduardo já nos conhecemos há alguns anos. Nos conhecemos pela música. Tivemos um trio de MPB há uns três anos e a ideia de formar o duo apareceu por acaso, numa viagem que estávamos fazendo com uns amigos pra Ilhabela. Levei o pandeiro e ele o violão. Tocamos a noite inteira, de jazz e rock'n roll a choro. Aí, na segunda-feira, já nasceu o DuOlá.
Qual o critério de escolha do repertório? É um duo, um casamento. Como são distribuídas as tarefas?
Para o repertório o critério é: "tocamos o que gostamos e ponto", sempre dando uma certa atenção a essa diversidade de ritmos, que já virou nossa marca. Realmente, é um casamento, hahahahaha! Trocamos uns 15 e-mails por semana. Não é fácil! Mas as tarefas vão sendo distribuídas à medida que vão aparecendo. Geralmente fico com a parte de produção, divulgação, edição de fotos e vídeos. O Edu fica com os arranjos e da um help na produção também! Tudo nosso, hehe!
Quais os principais desafios do namoro pandeiro e violão?
Acho que o desafio surgiu desde o primeiro momento em que nos propusemos a ser um duo. Esse tipo de som tem que ser muito amarrado. Um é o alicerce do outro. Tem que haver muita química entre os dois. E entre nós é assim. Encontramos desafios o tempo todo. A diversão está aí, em arranjar jeitos de descolar mais uns quatro braços e tapar os buracos!
Qual a sua expectativa em relação ao show de hoje (29), com Diego Figueiredo, no Sesc Ribeirão?
Poxa, minhas expectativas para este show só não superam minha ansiedade. Cresci ouvindo falar do Diego, em Franca, e hoje a gente faz um show com ele. Pensa só? Feliz demais! O repertório é surpresa, mas dá pra garantir, respeitando a regra do duo, frisando a diversidade, vai de flamenco a baião.
Quais são os projetos e expectativas de carreira do DuOlá?
O duo tá no ápice agora. Estamos felizes demais com tudo o que tem acontecido pra nós e todas as portas que estão se abrindo. No segundo semestre devemos gravar nosso primeiro cd, que deve contar com participação de muitos amigos, como Eduardo Machado, etc.. Tem uma grande turnê no segundo semestre também, para a qual estamos atrás de patrocínio, para que aconteça. Ao que tudo indica, estamos no caminho.
Como você avalia a posição da música instrumental no interior paulista, em relação a público e também a incentivos, patrocínios, espaços para shows?
Acho que a música instrumental é um grande desafio, tanto no interior paulista quanto na capital. Com certeza é um público seleto, que procura esse tipo de música, então, consequentemente, os espaços para shows são cada vez mais escassos no interior. Felizmente, temos alcançado um público que normalmente não iria a um show de música instrumental, justamente pela diversidade do repertório. Então as atenções de possíveis incentivos e patrocínios estão se voltando para a música instrumental. Nossa intenção é continuar nesse caminho.
Além do duo, como estão seus projetos com o Z4 Percussão Ambulante e 3Marias?
3marias vai muito bem. Já estamos em fase de pré produção do nosso cd, que deve começar a ser gravado no ano que vem. Temos viajado por aí tocando. Mês passado estivemos no Rio produzindo as fotos de divulgação do trio e recentemente tocamos em Minas. O Z4 Percussão Ambulante é um projeto do James Mueller, percussionista do Funk Como Le Gusta. O grupo é formado por cinco percussionistas, um dj e um vj. Temos também um projeto de pesquisa dos ritmos, tanto do Brasil quanto África, Cuba, etc.. Fazemos shows por aí, principalmente em Sampa. Aprendo a cada ensaio com eles. É um grupo que tenho honra em fazer parte.
Apesar de seu trabalho forte de percussão, você foi indicada para a final do concurso "Vale cantar Noel", do 22º Prêmio da Música Brasileira, tocando violão e cantando Rapaz Folgado. Qual a sua expectativa?
Isso tem me dado um certo incentivo a talvez tentar uma carreira solo, mas, como não sou vocalista nem violonista, estou com um pé atrás (risos), apesar de já haver alguns incentivos de produtores, etc.. As votações vão até dia 30 de junho e o resultado sai no dia 2 de julho. Os três mais votados vão pra premiação, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. O primeiro lugar leva um prêmio em grana.
Confira a performance de Larissa em Rapaz Folgado, de Noel Rosa.
Para votar, clique aqui.
Bela entrevista Ale!
ResponderExcluirparabens pra tu e pra larissa...
abrs!